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Volta ao Avesso do Avesso - Espanha na Bienal de São Paulo


Liberdade Encarcerada, 1971 óleo sobre madeira, poliéster e fibra de vidro © Canogar Gómez, Rafael / AUTVIS, Brasil, 2023

O Museu de Arte Contemporânea da USP recebe a exposição Volta ao avesso do avesso – Espanha na Bienal de São Paulo, com 40 obras de artistas espanhóis como Rafael Canogar, Jorge de Oteiza, Antoni Tàpies, Modesto Cuixart, Joan Ponç, Miguel Berrocal, José Luis Verdes, Fernando Odriozola e César Olmos, entre outros.

Juan Vilacasas Planimetria 108, 1961 água-tinta em cores sobre papel

Organizada e realizada em 2022 pelo Centro Niemeyer (Avilés, Espanha), a exposição reflete sobre a imagem da arte espanhola através de sua participação na segunda Bienal mais importante do mundo, a Bienal de São Paulo, reunindo obras premiadas nas primeiras edições da mostra brasileira e que integram o acervo do MAC USP, e obras de artistas que participaram das bienais e voltaram para a Espanha. A curadoria de Genoveva Tusell procura mostrar como a arte e o poder institucional se relacionam entre si e como, através deles, é possível contar a história recente de um país como a Espanha.

Fernando Odriozola Desenho nº 7, 1963 nanquim s/ papel

A política é um pano de fundo importante da mostra, pois é preciso lembrar que boa parte da participação espanhola na Bienal de São Paulo aconteceu durante a ditadura franquista (até 1975). Na primeira Bienal, por exemplo, em 1951, os artistas espanhóis participaram representando outros países. Apenas a partir da segunda Bienal é que a participação espanhola se organizou a partir do Ministério de Assuntos Exteriores. Sob administração franquista, o pavilhão do país se converteu em um instrumento de propaganda do regime, para mostrar um país de vanguarda através de seus artistas, “apesar de que em muitas obras estavam presentes críticas ao regime”, assinala Tussel. Alguns artistas, expulsos ou exilados, representaram outros países nas Bienais seguintes e esta exposição os reúne ao conjunto da participação espanhola.

Os Revolucionários, 1968 óleo sobre madeira, poliéster e fibra de vidro © Canogar Gómez, Rafael / AUTVIS, Brasil, 2023

Em boa parte dessa história o Brasil também atravessou períodos mais ou menos brutais de ditadura até as eleições presidenciais de 1985. Não por acaso, a obra Os revolucionários, de Rafael Canogar, premiada na 11ª Bienal de São Paulo, em 1971, é um paradigma das trocas artísticas e críticas aos regimes, no Brasil e na Espanha. Para a diretora do MAC USP, Ana Magalhães, “agora em São Paulo, a seleção das obras em coleções espanholas nos mostra outras relações possíveis entre as pinturas, gravuras e esculturas que aqui ficaram, articuladas a uma paisagem mais rica”. O título da mostra parte da música Sampa, de Caetano Veloso, que descreve poeticamente o impacto causado pela chegada na megametrópole: o avesso, do avesso, do avesso, do avesso. Essa volta ao avesso do avesso permeia a totalidade da exposição, entendendo a expressão em seu sentido mais amplo de revelação, descobrimento e surpresa, neste caso, através da arte.


Antoni Tápies Ásia, 1951 óleo s/ tela © Fondation Antoni Tapies/ AUTVIS, Brasil, 2023

Volta ao avesso do avesso – Espanha na Bienal de São Paulo

Curadoria Genoveva Tusell

Abertura: 11 de março, 11 horas

Visitação: 11 de março a 4 de junho de 2023

MAC USP - Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - 11 2648.0254

Terça a domingo das 10 às 21 horas

Entrada gratuita


Romeu e Julieta, 1965-1967 Bronze (16 peças desmontáveis) © Berrocal, Miguel/ AUTVIS, Brasil, 2023

Pássaro como Leão, 1961 Bronze © Berrocal, Miguel/ AUTVIS, Brasil, 2023

Modesto Cuixart Pintura nº 4, 1959 óleo sobre tela

O museu está localizado instalado na Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 no Ibirapuera em um complexo arquitetônico criado nos anos 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer e equipe, além de seu espaço histórico no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, constitui um importante centro de pesquisa e de formação educacional.

O MAC possui a mais importante coleção da América Latina especializada na produção ocidental do século XX. Conta com cerca de 10 mil obras - entre óleos, desenhos, gravuras, esculturas, objetos e trabalhos conceituais - consistindo em um grande patrimônio cultural com decorrências nacionais e internacionais.


*informações da Embaixada da Espanha no Brasil

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